O Kung Fu e a precisão.

 Uma dos maiores dilemas da humanidade depois do segredo de Tostines é saber se meu Kung se torna preciso porque eu preciso, ou se eu que preciso do Kung porque ele é preciso. Leia esse artigo e eu lhe garanto que não vai encontrar a resposta, e se encontrarem, por favor me avisem. Porque eu, Claudio Teixeira, Discípulo do Mestre Sênior Julio Camacho, a quem passarei me referir por Si Fu (Líder de Família Kung Fu) nas vindouras linhas, sou devoto fiel da máxima que todo bom filósofo é aquele que lhe faz esquecer a pergunta ao final da resposta. E nada mais competente que minha mente caótica, para causar aquela sensação de tempo perdido lendo minhas eloquentes divagações desconexas, de acordo com minha fofa filha Maria Alice, também discípula do nosso Si Fu, em critica feita após ler minha primeira postagem nessa nova página e que  aceitei com louvor!

Pratica de Excelência orientada pelo Mestre Sênior Julio Camacho
Indo indireto ao ponto, hoje tivemos mais uma das Aulas de Excelência do Nível Básico, onde irmãos Kung Fu da Família Moy Jo Lei Ou, puderam trocar experiências sobre aspectos específicos do terceiro dispositivo de prática a dois de nosso Sistema. Seis movimentos executados entre dois praticantes que para um olhar externo destreinado no Sistema Ving Tsun, parecem completamente inúteis para um embate físico e de simples execução para qualquer pessoa sem muito treinamento em Artes Marciais. Gostaria de salientar que o hipotético dono desse olhar destreinado estaria completamente coberto de razão se fizesse tal comentário. Por isso sugiro que caso não sejam praticantes, me dêem uma chance de explicar o que estou tentando dizer antes de abandonarem essa publicação. Prometo um biscoito da sorte com os números precisos da Mega Sena se ficarem se se comportarem na frente de vossas telas de leitura.
Mestre Sênior Julio Camacho executando Listagem de Movimentos do Sistema Ving Tsun



O Nível Básico do Sistema, sem entrar em lero lero filosófico, porque o dia disso será a partir de hoje nas postagens regulares de quarta feira, como o próprio nome diz, é básico. Isso quer dizer, está na base do sistema, e permite ao praticante vivenciar de maneira simples e objetiva a construção da relação com o conceito de Linha Central, tanto individual quanto relacional. Linha Central é uma espécie de regra que o Sistema toma como referencia para o aprofundamento do entendimento de seus dispositivos. E por que chamamos de dispositivos e não técnicas? Além de ser para bancarmos os diferentões das Artes Marciais, é claro, também é porque uma técnica de embate físico marcial tem sua finalidade em si mesma. Quer dizer, um soco serve para socar, uma joelhada para estalar os ovos e um chute na orelha para chacoalhar os miolos, não necessariamente nessa ordem, e a graça a isso, o hipotético sabe nada de Ving Tsun que faria o comentário supracitado, estaria correto em afirmar que nossos dispositivos não tem finalidade de aplicação no mesmo sugerido embate, quer dizer, se tentar usar o que ensinamos com rigor não vai nem conseguir anotar a placa do caminhão lhe atropelou. 

Por isso chamamos de dispositivo, porque sem a busca pessoal do praticante em se aprofundar no potencial que tais movimentos tem  se conectarem entre si em função dos movimentos do outro praticante no domínio da Linha Central, a capacidade de compreensão dos desdobramentos práticos do Sistema se limita à um monte de movimentos sem sentido que até são de fáceis execução se não houver uma preocupação com a precisão na proposta do tal domínio, e nosso chato hipotético observador mais uma vez estaria certo. Como ele já me deixou nervoso por ter que citá-lo três vezes sua incomoda presença no texto, deixo o mala de fora de agora pra frente. 
Tutor Claudio Teixeira executando movimento de embate físico em Ipanema Rio de Janeiro.

Uma das mais brilhantes conclusões que infelizmente não fui eu quem alcancei, mas sim nosso Daai Sihing (Irmão Kung Fu mais velho), o lendário, o super, o lindo, bonito e charmosão  Mestre Leo Reis (deixo claro tais elogios são graças ao seu Kung Fu que não é desse mundo), o Sistema Ving Tsun é brilhante como Arte Marcial, justamente por ensinar lutar sem técnicas objetivamente usadas numa luta. É é através da busca na precisão desses movimentos que o praticante pode desenvolver habilidades impressionantes como viajar tranquilo, até mesmo para o exterior,  sem se preocupar se deixou o gás da cozinha aberto. Porque como diz meu Si Fu, o desenvolvimento de Kung Fu, torna seu praticante mais atento às ações simples do cotidiano, e pronto para encarar grandes desafios com eficácia. 

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