Detalhes tão pequenos de nós dois.

São coisas muito grandes para esquecer os detalhes de qualquer mínima ação do cotidiano, quando sob a perspectiva Kung Fu conseguimos executar as tarefas do dia a dia sob o prisma da atenção cuidadosa pautada nos valores Kung Fu. Para você leitor que busca essa atenção e percebeu a correlação  entre o título da publicação junto as primeiras palavras do parágrafo com a música do Rei Roberto Carlos, achando que essa página viraria um blog de textos no pior estilo dor de cotovelo, não precisa se preocupar. Eu vou continuar perturbando vocês apenas com Kung Fu mesmo, graças as orientações do meu Si Fu (Líder de Família Kung Fu) o Mestre Sênior Julio Camacho, que sempre me estimulou escrever menos besteiras na internet e focar em mais de falar de Kung Fu.

Sentado Mestre Sênior Julio Camacho no CT Ipanema de Ving Tsun Kung Fu que dirijo, e eu, segundo da direita para esquerda em pé. 

Meu Si Fu gosta de sempre de nos relembrar o quanto a precisão é crucial para do desenvolvimento humano através das Artes Marciais, e que alinhar o pensamento permite-se o alinhamento do movimento (acabei de descobrir agora porque meu Kung Fu da Lapa é tão caótico). E como ouvi outro dia do Grão Mestre Leo Imamura, meu Sigung (Avô  Kung Fu) de quem meu Si Fu é Discípulo, o praticante de Ving Tsun precisa aprender extrair benefícios dos movimentos que pratica. Isso quer dizer: não bastar ficar bom numa técnica, mas saber extrapolar o que ela pode nos ensinar em outros contextos que não o de atividades de embate marcial.

Ca'é da manhã em Ipanema, Rio de Janeiro entre praticantes do Sistema Ving Tsun

 
E por falar aprender extrair benefícios, ontem meu Si Fu aproveitou a oportunidade de um atraso de exatamente um minuto da hora que marcamos nossa atividade matinal de Sábado chamada de Encontros de Excelência falando sobre essa imprecisão por mais de meia hora conosco, começando a atividade em si meia hora após o programado. Para quem leu esse parágrafo e não consegue compreender como se extrai benefício fazendo um minuto de atraso se transformar e meia hora para o início da atividade, volte ao paragrafo anterior e releia com atenção o que falei sobre pensamento! Isso é uma bronca mesmo, e estou descontando o puxão de orelha que levei na manhã do ultimo sábado pelo referido atraso em vocês, afinal a culpa é minha e passo ela para que eu bem entender.

Desabafos a parte, e voltando falar sério, sé que sou capaz disso, fui justamente começando falar sobre aproveitar as situações para se extrair aprendizados, o Si Fu usou o atraso para gerar uma maior sintonia no grupo de cinco Discípulos presentes numa atividade on-line, onde ele falava de outro país e um dos participantes estava em casa. Ressaltando o potencial de perda de foco que transmitir qualquer conteúdo do mais fácil ao mais complexo, principalmente envolvendo movimentos corporais em busca de uma precisão por telas de computador. Dessa forma, o mais de trinta minutos de conversa sobre o atraso de um minuto permitiu que eu e Rodrigo, dupla responsável para servir de modelo para a aula para os demais, conseguiu se  sintonizar ao ponto do Si Fu encontrar apenas dez problemas na execução, como ele não nos contou quais eram, no café da manhã após a atividade, eu Moreira conseguimos encontrar seis problemas na execução, o que já é um grande avanço para o gradiente de Kung Fu entre nós e Si Fu.

Mestre Sênior Julio Camacho e seu Si Fu o Grã Mestre Leo Imamura 

Curiosamente vários temas se passaram pela mesa, e dessa vez, ao contrário de ficar falando como um maritaca que tomou Red Bull, meu esporte favorito sentado em qualquer mesa, eu optei por ficar mais calado dessa vez, me permitindo intervir de forma mais pontual na conversa sobre Kung Fu, observando com atenção o cenário e a postura de todos sentados. E percebi que de fato, não só alinhar o pensamento promove um melhor alinhamento do movimento, mas como disse o Sigung, extrair benefícios dos dispositivos corporais do Sistema Ving Tsun para o cotidiano, permite um posicionamento estratégico mais adequado em qualquer circunstância. Desde de um Momento de Vida Kung Fu à mesa como nesse café da manhã, até mesmo numa sessão de terapia, que para um sujeito com tantos parafusos frouxos como eu, atividade que me é imprescindível para não deixar meu Kung Fu subir à cabeça e eu acreditar que sou capaz de lutar pisando em folhas de árvores. Mas esse assunto deixarei para meu próximo artigo de meio de semana, quando falarei sobre minha relação com o Boneco de Madeira do Sistema Ving Tsun.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Kung Fu e a precisão.

Reflexos do Kung Fu